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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

GURU RINPOCHE - COMENTARIO DO MANTRA


http://sobrebudismo.com.br/o-comentario-silaba-a-silaba-que-explica-os-beneficios-do-mantra-do-guru-vajra/

O comentário sílaba a sílaba que explica os benefícios do Mantra do Guru Vajra

O texto a seguir é do grande Tertön Karma Lingpa (Séc. XIV).



O Mantra do Guru Vajra é o mantra associado a Guru Rinpoche, também conhecido como

Padmasambhava. Esta é a primeira versão da tradução de um tesouro que explica o Mantra
do Guru Vajra. Foi originalmente ocultado durante o tempo de Padmasambhava no Tibete e
posteriormente redescoberto por Karma Lingpa (século 14) que o retirou de seu esconderijo
e fez uma cópia em resmas de ouro. Ele é conhecido simplesmente como “O comentário
sílaba a sílaba que explica os benefícios do Mantra do Guru Vajra”. Começa com uma
invocação e segue para um diálogo entre Yeshe Tsogyal, a consorte espiritual de
Padmasambhava, e o próprio Padmasambhava.
E assim, Yeshe Tsogyal começa:
Eu, a mulher Yeshe Tsogyal, tendo oferecido amplamente a mandala interna e externa, tenho
o seguinte pedido. Oh grande mestre, Pema Junge, você tem sido extremamente bondoso
conosco, o povo tibetano, deixando para nós um legado que irá nos beneficiar agora e em
vidas futuras. Sua bondade é tão grandiosa como nunca havíamos experimentado antes,
nem tampouco experimentaremos no futuro. Assim sendo, agora, mesmo sendo eu uma
pessoa humilde, não tenho dúvida de que atingirei a iluminação.
No futuro, os seres sencientes serão capazes de manter o foco de sua atenção por períodos
muito curtos de tempo e uma quantidade enorme de coisas irão confundir e ocupar suas
mentes. Seus temperamentos serão brutos e difíceis de domar. Desenvolverão muitas visões
errôneas com relação ao Darma sagrado. Em particular, haverá um tempo em que as
pessoas se separarão dos ensinamentos do mantra secreto dos níveis insuperáveis de
tantra. Nessa época, todos os seres sencientes sofrerão muito com doenças, guerras, e fome.
Por causa da disseminação destas três calamidades, em particular, China, Tibete e Mongólia
vivenciarão uma crise semelhante a um formigueiro sendo destruído, e virá o tempo em que
o povo do Tibete sofrerá muito. Apesar de você ter falado longamente sobre muitos meios
hábeis para salvar o que for possível nessa situação, os seres sencientes no futuro não terão
tempo para praticar. Mesmo que tenham alguma leve inclinação para a prática, eles
encontrarão muitos obstáculos. Os seres sencientes vivenciarão uma intensa desarmonia.
Eles não serão capazes de conviver bem ou de chegar a qualquer tipo de acordo, e em
consequência disto, seus comportamentos se tornarão impuros. Momentos ruins como
estes serão muito difíceis de serem evitados. Sendo esse o caso, que tipo de benefícios e
vantagens haveria para esses seres no futuro se sua prática for baseada unicamente na
recitação do Mantra do Guru Vajra? Peço-lhe que nos ensine para benefício dos indivíduos
no futuro que não serão capazes de perceber isso e, portanto, precisarão de explicações.
Então, o grande Mestre, Pema Jungne respondeu:
Oh fiel senhora, o que disse é muito verdadeiro. No futuro, esses tempos virão em que os
seres sencientes, tanto no sentido provisório quanto a longo prazo, poderão definitivamente
se beneficiar do Mantra do Guru Vajra. Já que as instruções espirituais e os métodos de
prática que ofereço são imensuráveis, tenho escondido um grande número de ensinamentos
sob a forma de tesouros na água, nas rochas, no céu e assim por diante. Nestes tempos
ruins, até mesmo indivíduos com carma afortunado acharão difícil encontrar esses
ensinamentos. Será difícil reunir as circunstâncias necessárias para que esses ensinamentos
possam ser revelados. Este é um sinal de que o mérito coletivo dos seres está em declínio.
No entanto, em tais ocasiões, se este mantra essencial, o Mantra do Guru Vajra, for repetido
tanto quanto for possível, cem vezes, mil vezes, dez mil vezes, cem mil vezes, um milhão, dez
milhões, cem milhões de vezes e assim por diante, se for repetido em lugares santos, em
templos, ao lado de grandes rios, em áreas onde deuses e demônios forem abundantes, se
ele for recitado nesses lugares por praticantes tântricos com samaya puro, por pessoas com
ordenação monástica que mantêm seus votos de forma pura, por homens e mulheres que
possuem fé nos ensinamentos, se fizerem surgir bodicita amplamente e recitarem este
mantra, então os benefícios, vantagens e energia de tal prática serão verdadeiramente
inconcebíveis. Afastará todas as forças negativas da doença, fome, conflitos, más colheitas e
de todos os maus presságios e indicações em todos os países do mundo, de tal forma que a
chuva cairá em tempo hábil para as culturas de modo que sempre haverá uma oferta
abundante de água para a agricultura e para a vida humana e animal, e todas as regiões e
áreas experimentarão prosperidade e condições auspiciosas.
Nesta vida, em vidas futuras e no estado intermediário entre morte e renascimento, estes
indivíduos que praticam desta forma encontrarão comigo de novo e de novo. Os melhores
desses indivíduos me encontrarão durante a vigília. Aqueles de grau mediano de realização
me encontrarão de novo e de novo em seus sonhos. Aos poucos, aperfeiçoando os
diferentes caminhos e níveis de sua prática, atingirão o grau dos detentores masculinos e
femininos da consciência intrínseca na minha terra pura no continente Ngayab. Não tenho
nenhuma dúvida disso.
Se este mantra for recitado uma centena de vezes por dia, apenas uma centena de vezes por
dia, sem interrupção, a pessoa se tornará atraente para os outros e sem esforço obterá
alimentos, riqueza e o que for necessário à vida.
Se for recitado mil ou dez mil vezes diariamente, a pessoa será capaz de literalmente
dominar os outros com seu brilho, no sentido de tornar-se muito carismático e influente,
terá um impacto positivo sobre os outros, e ganhará força ilimitada de bênçãos e poder
espiritual.
Se for repetido cem mil ou um milhão de vezes regularmente, a pessoa se tornará capaz de
realizar imenso e grandioso benefício para os seres, exatamente como desejar.
Se o mantra for recitado três ou sete milhões de vezes, a pessoa nunca estará separada dos
budas dos três tempos e se tornará inseparável de mim. Todos os deuses e demônios da
existência o atenderão e oferecerão seus louvores.
Nos casos mais excelentes, as pessoas atingirão o corpo do arco-íris e o nível final de
realização nesta vida. Em um nível mais mediano, no momento da morte, a clara luz mãe e a
clara luz filha se encontrarão. No mínimo, as pessoas verão minha face no bardo e todas as
aparições do bardo se liberarão em sua própria base, de tal forma que esses indivíduos
renascerão no continente Ngayab e a partir daí, serão capazes de realizar uma quantidade
incomensurável de benefícios para os seres. Assim, o Guru respondeu a Yeshe Tsogyal.
Ela respondeu dizendo:
Oh grande mestre, é extremamente bondoso de sua parte ter falado desses benefícios
vastos e imensuráveis da energia espiritual deste mantra. Para os seres sencientes no futuro,
no entanto, uma explicação detalhada seria um benefício enorme, e por isso gostaria de
pedir-lhe para falar de forma breve sobre as diferentes sílabas deste mantra.
Para o quê o grande mestre respondeu:
Ó filha de boa família, o Mantra do Guru Vajra não é apenas o meu mantra essencial e único.
É a própria essência ou força vital de todas as deidades das quatro classes de tantra, de
todos os nove yanas, e de todas as 84 mil coleções de ensinamentos. A essência de todos os
budas dos três tempos, todos os gurus, yidams, dakas, e dakinis, protetores do Darma, etc, a
essência de tudo isso está contido e se completa neste mantra. Como isso funciona, você
poderia perguntar? Qual é a razão para tudo isso se completar com esse mantra? Ouça bem
e mantenha isso em mente. Leia de novo e de novo. Escreva-o para benefício dos seres
sencientes, e ensine-o ou demonstre-o aos seres no futuro.
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG são a essência sublime dos princípios de corpo, fala e mente iluminados
VAJRA é a essência sublime da família indestrutível
GURU é a essência sublime da família jóia
PEMA é a essência sublime da família lótus
SIDDHI é a essência sublime da família atividade
HUNG é a essência sublime da família transcendente
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM é o esplendor perfeito e riqueza de sambhoghakaya
AH é a total perfeição imutável do Dharmakaya, o corpo manifesto de realidade absoluta
HUNG leva à perfeição a presença de Guru Padmasambhava como o Nirmanakaya, o corpo
de emanação manifesto
VAJRA leva à perfeição todas as divindades Heruka das mandalas
GURU refere-se aos gurus raiz e transmissão e os detentores da consciência intrínseca
PEMA leva à perfeição o conjunto de dakas e dakinis
SIDDHI é a força vital de todas as deidades da riqueza e os guardiões dos ensinamentos
tesouro
HUNG é a força vital dos dharmapalas, as deidades protetoras
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG são a força vital das três classes de tantra
VAJRA é a força vital da disciplina monástica e da classe de ensinamentos do sutra
GURU é a força vital do abhidharma e Kriya Yoga (ação), o primeiro nível do tantra
PEMA é a força vital do yoga charya (conduta), a segunda classe do tantra e yoga tantra
(união), a terceira classe do tantra
SIDDHI é a força vital das classes de ensinamentos Mahayoga e anuyoga
HUNG é a força vital do atiyoga, a Grande Natural Perfeição (Dzogchen)
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG purifica os obscurecimentos decorrentes dos três venenos mentais: desejo /
apego, aversão e ignorância
VAJRA purifica os obscurecimentos que decorrem da raiva
GURU purifica os obscurecimentos que resultam de orgulho
PEMA purifica os obscurecimentos que decorrem do desejo / apego
SIDDHI purifica os obscurecimentos que resultam da inveja / ciúme
HUNG de um modo geral purifica os obscurecimentos que decorrem de todas as aflições
emocionais
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
Por meio de OM AH HUNG atinge-se os três kayas
Por meio de VAJRA realiza-se a consciência prístina semelhante ao espelho
Por meio de GURU realiza-se a consciência prístina da igualdade
Por meio de PEMA realiza-se a consciência prístina do discernimento
Por meio de SIDDHI realiza-se a consciência prístina que tudo completa
Por meio de HUNG realiza-se a consciência prístina do espaço básico
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
Através de OM AH HUNG, deuses, demônios e seres humanos são subjugados
Através de VAJRA obtem-se poder sobre forças malévolas de certos deuses e demônios
Através de GURU obtem-se controle sobre as forças malévolas do Senhor da Morte e dos
demônios canibais
Através de PEMA obtem-se controle sobre as influências maléficas dos elementos água e
vento
Através de SIDDHI obtem-se o controle sobre as influências maléficas de forças nãohumanas
e espíritos que trazem danos e exercem controle negativo sobre a vida
Através de HUNG obtem-se controle sobre as influências malévolas de configurações
planetárias e espíritos da terra
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG realiza as seis virtudes espirituais
VAJRA realiza a atividade de pacificação
GURU realiza a atividade de enriquecimento
PEMA realiza a atividade de magnetização
SIDDHI realiza a atividade iluminada em geral
HUNG realiza a atividade iluminada irada
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG evita todas as pragas e maldições
VAJRA evita as consequências negativas de quebra do samaya com as deidades da
consciência prístina
GURU afasta as influências negativas das oito classes de deuses e demônios no samsara
PEMA afasta as influências negativas de nagas e espíritos da terra
HUNG afasta as influências negativas de deuses, demônios, seres humanos e deuses
samsáricos

OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG derrota o exército dos cinco venenos mentais
VAJRA derrota a raiva
GURU derrota o orgulho
PEMA derrota o desejo / apego
SIDDHI derrota a inveja / ciúme
HUNG derrota os exércitos de deuses, demônios e seres humanos
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG confere as realizações espirituais ou siddhis
VAJRA confere os siddhis de deidades pacíficas e iradas
GURU confere os siddhis dos detentores da consciência primordial e dos gurus de linhagem
PEMA confere os siddhis dos dakas, dakinis e protetores do Dharma
SIDDHI confere os siddhis mundano e supremo
HUNG confere o siddhi de realizar o que quer que se queira
OM AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG
OM AH HUNG transfere a consciência para os reinos puros de experiência
VAJRA transfere a consciência para a terra pura leste da Alegria Manifesta
GURU transfere a consciência para terra pura sul da Glória e Esplendor
PEMA transfere a consciência para a terra pura ocidental da Grande Bem-Aventurança
SIDDHI transfere a consciência para a terra pura norte da Atividade Excelente
HUNG transfere a consciência para a terra pura central da Firmeza Inabalável
Se uma forma física puder demonstrar o benefício de até mesmo uma única recitação de OM
AH HUNG VAJRA GURU PEMA SIDDHI HUNG, a terra inteira não seria suficiente para conter
tal mérito. Todos os seres sencientes que virem, ouvirem ou lembrarem deste mantra se
elevarão definitivamente ao nível dos detentores masculinos e femininos da consciência
primordial. Caso estas palavras sobre o verdadeiro Mantra do Guru Vajra não façam com
que os seres sencientes realizem o que desejam realizar tal como prometi, então eu, Pema
Jungne, terei de fato enganado os seres sencientes. Mas eu não os enganarei, por isso devem
praticar de acordo com as minhas instruções.
Mesmo que não seja capaz de recitar o mantra por qualquer motivo, você deve colocá-lo no
topo de uma bandeira, para que seja tocado pelo vento. Então quando o vento tocar os seres
sencientes, estes serão sem dúvida libertados. Você poderá também inscrevê-lo em argila ou
esculpir em pedra. Isto protegerá o caminho em que essas sílabas forem colocadas e
protegerão essa região dos efeitos maléficos. Você também poderá escrever este mantra em
tinta dourada sobre papel azul escuro e usá-lo como um amuleto. Quando você morrer, se
este amuleto for queimado com o seu cadáver, o arco-íris será visto e sua consciência será
transferida para o reino da Suprema Felicidade. Os benefícios de escrever, ler ou recitar este
mantra desafiam qualquer medida precisa e desafiam qualquer padrão de mensuração que
possa ser aplicado. Tendo estabelecido isto para o benefício dos seres no futuro, esconderei
este tesouro. Que ele possa ser encontrado no futuro por um filho meu que tenha bom
carma.
Samaya. Selo. Selo. Selo.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Guru Yoga (Meditating upon One’s Guru)


Guru Yoga (Meditating upon One’s Guru)

Practice entitled Shower of Blessings

                                                                                                                                  
                                                               
 This is the universal remedy that develops respect and devotion,

Bestows blessings upon one’s heart

And perfects one’s spiritual experience and realization,

Recite this prayer with great enthusiasm.

 Namo

Homage!

 I pay homage to the pristine awareness  

The essence of the three kayas appearing in the form of the guru

Great blaze of compassion – aware and luminous

Liberating sentient beings in the sphere of primordial liberation.

 AH

In the nature of the ever excellent unfabricated awareness

Beyond focus, thought and expression,

Appears in the midst of offering clouds above the space in front, a lion throne with sun and moon seat  

Upon which resides the unparalleled kind “Lord of Dharma”,

The unequalled Palden Yeshe, the Glorious Wisdom.”

 Looking astonishingly handsome and warrior-like,

Smiling, you gaze upon me with compassion.

Your dark blue hair is tied up on your crown

You wear a white shamthab, zen(Buddhist monk robe) and blue shirt.

Adorned with earrings, you hold a kila in your sash and wear a meditation belt around your body.

Your two hands rest in the posture of relaxing

And your two legs are in the Vajra posture of meditation.

Merely remembering you dispels the fears of both samsara and nirvana.

Merely seeing you keeps the three poisons from arising.

I meditate upon you as the essence of all the objects of refuge.

 I prostrate before you with reverence, respect and faith.

As the mudra of offering I offer all appearances and existence.

I confess all negativities and downfalls in the sphere of uncompounded reality.

I rejoice in all positive actions and virtues.

I request that you turn the dharma wheel of the three vehicles.

I beseech you not to pass away into nirvana but to remain as the protector of beings.

I dedicate all merit for all beings to attain liberation.

May I be able to accomplish the ocean of intention and conduct!

 Kye Kye!

You are the source, from which all Buddhas emanate and dissolve,

You hold the treasure of wisdom, compassion and power

And are as well the embodiments of unparalleled compassion.

From the bottom of my heart, I supplicate with faith.

Please ripen and liberate my mind

And help me actualize the intention of the three kayas!

 OM AH HUNG VAJRA MAHA GURU SARVA SIDDHI HUNG

 Supplication prayer to the Previous Lives of the Great Master Palden Yeshe

 Emaho!

 Although you attained enlightenment primordially, in the perception of beings

You appeared as shravakas, pratyekabuddhas, bodhisattvas and vidyadharas.

The full display of your manifestations is fathomless.

I pray to you, compassionate and glorious protector.

 In the Land of Noble Ones, you appeared as Danasanskrita and

Were accepted with compassion by Guru Rinpoche.

Mastering the yoga of channels and winds through Mamo [1] practice,

You tamed the mother goddesses, the protectors of dharma, like servants.

I pray to Drokmi Palgyi Yeshe!

 Accepted with love by Guru Rinpoche, Vimalamitra and Berotsana,

You gained mastery over appearances and mind.

You have spread the teachings of the Three Inner Tantras like rays of the sun.

I pray to you, Gyalmo Yudra Nyingpo.

 As the manifested wisdom display of both Yudra and Drokmi

You were born in Langpo.

By revealing many treasures like the teachings of Kagye and the Three Roots,

You nurtured beings according to their mental dispositions.

I pray to you, the dharma holder, Dechen Lingpa.

 As the rebirth of Dechen Lingpa,

Born in Chong Gye, you travelled to Mongolia and revealed

The treasure teachings of Khandro Gongdu, the Collective Intention of Dakinis.

I pray to you who thus raised the lamp of the teachings.

As Drokmi, the translator born in Ngyag Rong.

You revealed the Drolma Nyingthig, Tara’s heart essence teachings, from the sacred

place of Drongtul.

Benefiting whoever you encountered, you passed away to celestial realms.

I pray to Dudjom Dungral Lingpa.

 Cared for by the Lord of Siddhas, Choying Ralo and

Khanyam Lingpa, who attained the rainbow body,

You became a Dzogchen yogi who saw the ultimate and supreme reality.

I pray to you, Khyabdal Dorje!

 In these degenerate times, you appeared in this world

And met with noble beings.

Throughout your life you established retreat centres of accomplishment.

I pray to Palden Yeshe.

 By the power of supplicating you, the noble being,

May the two obscurations be extinguished and the two merits accumulated!

May I be able to stay in solitary mountain retreats and accomplish my practice

And become capable of cherishing the two spiritual attainments.

 If you wish recite“Calling the Lama from Afar”.

 Care for me, unequalled master Palden Yeshe.

Look from the expanse of reality, the pervading sameness of samsara and nirvana!

Unleash the knot of dualistic grasping!

Make me actualize the reality beyond thought!

 Only father, kind guru,

With intense longing, I pray to you.

May you always care for me with your compassion!

Please bestow the blessings of the four empowerments now!

 From the three syllables at the lama’s three places

Lights radiate spontaneously and instantaneously.

Dissolving into my four places,

I receive the four empowerments and cleanse the four obscurations

Becoming a suitable vessel to practice the four paths

And a fortunate one to attain the four kayas.

 Finally, the lama dissolves into me.

Becoming inseparable through the lama’s blessings,

May I see all appearances as the lama’s manifestations!

 By the merit accumulated from this practice,

May I attain the level of my glorious protector lama

And lead all beings without exception to this state!

 While generating intense devotion and respect, I, Pema Thugje Wangchuk, nurtured with compassion by my root guru Palden Yeshe, composed this prayer on the twenty-fourth day of the third Tibetan month at a solitary retreat place in the Lion Mountain, due to the persistent request by young monks including Jamyang and Pema Wangchen and others.  May this effort be meaningful!

[1] Mother Divinity                                                                                 Tibetan Script text

                                                                                                     Short Biography of Ogyen Rinpoche

Do not forget the Guru, pray to him at all the time.

Do not be carried away by thoughts, watch the nature of mind.

 Do not forget death, persist in Dharma.

 Do not forget sentient beings; with compassion dedicate your merits to them.

~Buddha Shakyamuni

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GURU RINPOCHE PARA COMBATER DOENTAS



OM AH HUNG BENZAR GURU PEMA THOD THRENG TSAL BHEKANDZE RAZA SARWA SIDDHI PHA LA HUNG AH


About Guru Rinpoche





About Guru Rinpoche

PADMASAMBHAVA


Introduction

Inseparable from the Primordial Buddha Samantabhadra, the all-pervading Lord of the three jewels of Buddha, Dharma and Sangha, and master of the three roots of lama, yidam, and dakini, the glorious Guru Padmasambhava should be definitively understood as being the essence of Buddha Amitabha. In order to propagate and spread the teachings of the Dharma in general, and particularly the secret mantra and Dzogchen teachings, he appears to every being of the three thousand billion world systems in a form to benefit them according to their personal karmic vision. In this way Guru Padmasambhava has countless unimaginable biographies, one biography for each being. Although that is the definitive biography of Guru Padmasambhava, the historical figure Guru Padmasambhava's life-story as known to the common disciples is as follows. 

Birth

When the time for Guru Rinpoche to liberate the beings of this world approached, on the tenth day of the sixth month of the Monkey year, he appeared miraculously in the blossom of a lotus in the lake called "Ocean of Milk" in South West Odiyana, which is also known as Lake Danakosha located on the Afganistan-Pakistan frontier. However there are different interpretations regarding his birth. Some Indian historians affirm that he was born to a minister or a King of Odiyana, and some claim that he appeared instantaneously on the summit of Mt. Malaya in Sri Lanka. But Guru Padmasambhava's treasure teachings confirm the version which states that he was born spontaneously from a lotus. This source is the most renowned and thus the following history is provided accordingly. 

Odiyana The great river Sindhu, one of the four great rivers that springs from the four directions of Kailash mountain, flows towards the Western Land of Odiyana and finally empties into the Arabian Sea. When the river reaches Odiyana, it forms a lake filled with lotuses. As the lotus roots produce a sweet-milky juice, it is called "Ocean of Milk." Prior to Guru Padmasambhava's birth, in the center of the lake a large, fully mature, beautiful, red lotus grew, and from the heart of Buddha Amitabha in space, a red syllable HRI fell about eight cubits above the corolla of the lotus. The syllable dissolved into light and instantly, without depending on the causes and conditions of father and mother, there arose an eight-year-old child perfectly adorned with the characteristic major and minor marks. Holding a vajra and a lotus in his hands, he immediately began giving teachings to the gods and dakinis of the area.

King Indrabodhi

At that time, the ruler of the land of Odiyana, the Second King Indrabodhi, was residing in his nine-tufted palace with his queen as well as hundreds and thousands of inner and outer ministers. Because the king did not have a son, on the full moon day of the fifth summer month, he made great offerings to the Triple Gems and recited the Dharma Cloud Sutra. He also opened the door of his three thousand treasuries and went on distributing alms to the poor and needy until his wealth was exhausted. He then exclaimed, "Beggars have still not ceased, but I have nothing to grant!" When the remaining beggars did not receive their share, they told the king that if he did not provide their share, whatever was done in the past would be meaningless. The king heard this and, inspired to acquire in exhaustive wealth for the beggars, he travelled to the ocean to procure the wish-fulfilling jewel from the crown of the mystical creature, Charumati, daughter of Naga. He procured the jewel without mishap and sailed back with his boat filled with the seven varieties of jewels. While travelling to meet the king, the king's religious minister, Trig Na Dzin, found the extraordinary child on the lotus and narrated the full story of the child to the king. The king was pleased by this news and went to the child and inquired about his father, mother, and to which caste and country he belonged. The child exclaimed:

My father is the self-arisen Samantabhadra. 
My mother is the sphere of reality, Samantabhadri. 
My caste is the union of primordial wisdom and the Dharmadhatu. 
And my name is the glorious Padmasambhava.
Lotus-Born

Having heard this, the king was thrown into a wonder of delight. He thought a Nirmanakaya had taken birth and invited the child to the palace as his son as well as religious guide. The child was named "Padmasambhava" meaning "lotus-born." Later Padmasambhava married Prabhadharani, the daughter of King Chandan Gomashree, and ruled the kingdom in accordance with the Dharma. He became renown as Shikhabandh Raja or "The King With Plaited Hair."

Rodravajrakala

He perceived that since politics is contradictory to the teachings of liberation, and his position would not fulfill the purpose of sentient beings, he performed a mystical activity of killing the son of a wicked minister and lifted his consciousness into the Dharmadhatu. As a result he was banished from the country to the fearful cemetery of Sitavana. Gradually by performing mystical activities at the cemeteries of Nandanvan, Daanbhumidvipa, Parushakavan, and so forth he accomplished the common and uncommon siddhis and came to be known as Rodravajrakala, "The Wrathful Vajra Display."

Guru Dhimana Varruchi

In order to inspire faith towards the teachings in the disciples of the future, he then went to Bodhgaya and many other places displaying the act of receiving teachings from many great scholars, accomplished masters, and Dakinis. By listening just once, he comprehended and accomplished the whole canon of the three-baskets of Vinaya, Sutra, and Abhidharma, as well as the teachings of the outer and inner secret mantra, oral transmissions, and the pith instructions of the highest and innermost tantra of Atiyoga. Even if he did not propitiate, the deities of the mandala displayed their forms and he became a peerless erudite and accomplished master. Thus he showed the signs of perfecting the level of the Fully Ripened Awareness Holder. Thereafter he was known as the Guru Dhimana Varruchi, "The Supreme Love Endowed With Wisdom."

Marriage to Mandarava

He then took princess Mandarava, daughter of Shastradhara, the king of Zahor, as his consort. Possessing the marks of a dakini, he took her to the mountain cave of Maratika, known as Halesha, in present day, Nepal, where they performed the accomplishment rituals of longevity for three months and actualized the Immortal Vajra Body which marks the attainment of an Immortal Life Awareness Holder.

Tso Pema

In order to tame the people of Odiyana he returned there disguised as a mendicant but many people recognized him and he was set to be burned alive in a sandalwood fire by a host of evil-minded ministers and people. When the fire was lit, he miraculously transformed the fire into a huge lake filled with lotuses. Sitting himself with consort over a giant lotus in the middle of the lake, the king, ministers, and people were astounded and developed great faith towards him.

In addition, at the cave of Yanglashod in Nepal he practiced the Vishuda deity depending on the accomplishment consort Sakya Devi of Nepal and very soon both of them became supreme Mahamudra Awareness Holders. Thus were some of the achievements of Guru Padmasambhava prior to coming to Tibet.

The Master Spreads the Dharma in the Land of Snows

Birth of Dechogma

When Lord Buddha gave Avalokiteshvara the responsibility of taming the backwards land of Tibet, Avalokiteshvara looked at the barbaric land and shed tears of compassion. From these tears the Goddess Ganga and Gangchungma were born. One day Goddess Gangchungma stole some celestial flowers and due to her decline in merit, when she died she was unable to again take rebirth as a god and fell to the human realm. She took birth as the human woman, Dechogma, the daughter of Sale from the Jardzinma caste.

The Sons of Dechogma

Being born from Avalokiteshvara's tears, she naturally had great faith in the Dharma and thus commissioned the construction of a magnificent stupa in Boudha near Kathmandu in Nepal. However she died before the stupa was completed. Her four sons vowed to complete the unfinished stupa, and in honor of their mother, and out of supreme faith in the Dharma they made solemn prayers from the bottoms of their hearts. Upon completion of the stupa, they each fervently prayed to be reborn as a Dharma king, a great learned khenpo, a powerful tantric master, and a messenger that would bring the previous three together. Legend also has it that during the construction of the stupa a wise donkey was commissioned and overheard the four sons' prayers. Hearing thus, the donkey thought, "I have done so much work for them and they don't even remember me in their prayers! I vow to do my best to destroy the fruits of their prayers."

King Trisong Deutsen

According to their aspirations, one son was reborn as Trisong Deutsen, the 38th king of Tibet and an incarnation of Manjushri. One son was reborn as the king's messenger who invited both the great Khenpo Shantarakshita and the tantric master Guru Padmasambhava from India, who were the reincarnations of the other two sons. Guru Padmasambhava, recalling his past aspirations, accepted the invitation, and on his way he subdued all the harmful gods and demons of Tibet, making them faithful guardians of the Dharma. After meeting in Tibet, the king, guru and khenpo together constructed Tibet's first great monastery at Samye and fully furnished it with statues. In addition they gave monk's vows to Tibet's first seven monks, standardized translation methods, supervised translation of most of the sutras and tantras from Sanskrit to Tibetan, and for the first time in Tibet, firmly established the tradition of study, contemplation, and meditation, thereby radiating the Buddha Dharma in Tibet like rays of the sun.

Langdharma

As for the donkey, he was later reborn as Langdharma, the 41st king of Tibet, and subsequently almost succeeded in eliminating the Dharma from Tibet.

Treasures Concealed

Not leaving even the space of a horse-hoof untouched, Guru Padmasambhava miraculously walked upon the entire land of Tibet and generally blessed all the mountains, lakes, and caves as places for accomplishment. Specifically in the Ngari region of upper Tibet he blessed twenty mountain caves. In Utsang he blessed twenty-one sacred places of accomplishment. In Dokham he blessed twenty-five sacred places, as well as the three kingly treasure places in upper, central and lower Tibet, the five provinces, three valleys, one island and so forth. In addition, for the sake of beings to be tamed in the future, Guru Padmasambhava concealed eighteen varieties of treasure which include treasure texts, material wealth, holy images and so forth, and gave explicit prophesies regarding the future manifestation of these treasures, including the revealer and protector of the treasure, as well as time of revelation.

Eight Manifestations of Guru Rinpoche

So forth were the enlightened activities performed for the sake of sentient beings by Guru Padmasambhava's eight manifestations which are as follows:

Padmavajra, Vajra of the Lotus, severed the roots of the five poisons. 
Padmaraja, King of the Lotus, provided mundane and ultimate benefits to sentient beings. 
Padmasambhava, the Lotus-born, blessed beings endowed with faith. 
Dorje Drolod tamed the Yakshas and haughty beings. 
Suryaprabha, the Rays of the Sun, taught the essence of secret mantra. 
Sakyasimha, the Lion of Sakyas, guided beings towards the path of liberation. 
Simhanada, Roar of the Lion, defeated the outside aggressors of non-Buddhists. 
Dhimanvaruchi, the Supremely Wise Love, showered the teachings of sutra and mantra.
Accomplishments

The results of Guru Padmasambhava's activities include the attainment of liberation by his twenty-five disciples and eighty other disciples who attained rainbow body. In addition, three million disciples achieved stability in tantric generation stage practice, one hundred thousand disciples showed signs of accomplishment, ninety thousand disciples achieved the uncontaminated Illusory Body, and eighty million disciples had some attainment. Having accomplished these great activities, knowing his personal beings to be tamed on Earth were exhausted; he departed for the Southwestern universe of the magical cannibals, to help the beings there and to protect Earth from their harm.

Length of Life

Guru Padmasambhava is said to have lived for three thousand and six hundred years in India upholding the Buddha's teachings and benefitting sentient beings. But for his stay in Tibet there are many unreliable versions claiming he stayed for three years, six years, thirteen years and so forth. Despite these differences, according to Guru Padmasambhava's own kama teachings, he actually stayed for fifty years and three months, directly manifesting the meaning of the teachings by benefitting countless sentient beings in incredible myriad ways according to their desires and propensities, which is a reliable and trustworthy fact.




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TEXTO PARA COMBATER AS DOENÇAS



His Holiness Dudjom Jigdral Yeshe Dorje Rinpoche - CLICK NO LINK ABAIXO:

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domingo, 6 de setembro de 2015

O Significado da prece de sete linhas




O Significado da prece de sete linhas












O Significado da prece de sete linhas

por Mipham Namgyal (1846-1912)

HUNG!
ORGYEN YUL-KYI NUP-CHANG TSHAM,
PEMA KESAR DONG-PO LA,
YA-TSHEN CH'OG-KI NGODRUP NYEY,
PEMA JUGNE ZHEY-SU TRAG,
KHORTU KHADRO MANGPO KOR.
KHYED-KYI JEYSU DAG-DRUB KYEE,
CHIN-KYEE LAB-CH'IR SHEGSU SOL,
GURU PEMA SIDDHI HUNG.






O Significado da
Prece Vajra de Sete Linhas
a Guru Rinpoche




ESTE TEXTO é o resumo de um comentário sobre a Prece Vajra de Sete Linhas intitulado Padma Karpo (Lótus Branca), escrito por Mipham Namgyal (1846-1912), um reconhecido erudito da tradição Nyingma do Budismo Tibetano. O texto original em tibetano do comentário de Mipham é muito profundo e difícil de compreender ou traduzir, portanto resumi os pontos básicos deste texto aqui.


A Prece Vajra de Sete Linhas é a mais sagrada e importante oração da tradição Nyingma. Esta curta oração contém os ensinamentos externo, interno e secreto dos treinamentos esotéricos do Budismo. Através da prática da Prece Vajra de Sete Linhas de acordo com qualquer destes treinamentos, o resultado deste treinamento particular será obtido.


Neste resumo há cinco níveis de interpretação. Estes são (1) o significado geral ou comum; o caminho do significado oculto (sBas Don), que consiste dos três níveis seguintes; (2) o significado de acordo com o caminho da liberação (Grol Lam); (3) o significado de acordo com o estágio da conclusão2 (rDzog Rim); (4) o significado de acordo com o Nyngthig de Dzogpa Chenpo: a realização direta do espontâneo (Lhun Grub Thod rGal); e (5) o significado de acordo com a conquista do resultado. Destes níveis de significado é aconselhável que a pessoa que recita a oração vajra aprenda e pratique o nível particular condizente com sua capacidade.


Muitos seguidores dos ensinamentos Nyingma, apesar de familiarizados com a Prece Vajra de Sete Linhas, geralmente não conhecem seus significados mais profundos. Por esta razão organizei este resumo, esperando ser capaz de explicitar o conteúdo dos diferentes níveis de significado e treinamento contidos nesta curta oração. Porém, de forma a compreender o significado completo da oração, aconselho os leitores a lerem o texto original de Mipham Rinpoche.


No Tibete, os Nyingmas recitam a Prece Vajra de Sete Linhas a Guru Rinpoche três vezes antes de recitar quaisquer outras orações, fazer qualquer meditação, ou realizar qualquer cerimônia. Muitos devotos repetem-na centenas de milhares de vezes, recitando-a durante todo período de vigília como sua principal oração, respiração, vida e contemplação.




Estrutura do Texto


Devido a complexa organização do texto, vários cabeçalhos, subcabeçalhos, itálicos e colchetes foram adicionados. Uma nota de explicação portanto ajudará o leitor.


O comentário de Mipham dividiu cada nível de interpretação da Prece Vajra de Sete Linhas em uma introdução, a pronúncia da sílaba semente, o objeto da oração, a oração, o mantra para a invocação de bênçãos, e (somente para o primeiro nível de interpretação) os conteúdos da oração.


A partir de cada nível de interpretação no comentário de Mipham extraí da Prece Vajra de Sete Linhas um significado raiz. Em cada nível de interpretação este significado raiz aparece em primeiro lugar, seguido do comentário de Mipham (com suas subdivisões).


Com relação ao formato, há três usos diferentes do itálico. Em primeiro lugar, no corpo do texto, os itálicos são algumas vezes utilizados para palavras tibetanas incomuns (colocadas em forma fonética), seguidas por algum equivalente em português ou, ocasionalmente, por um equivalente em sânscrito (indicado pela abreviação Sct.) em parênteses. No segundo caso temos as palavras portuguesas em itálico, que aparecendo no comentário, são desta forma convencionadas como as próprias palavras traduzidas da Prece Vajra de Sete Linhas. O leitor é encorajado, ao ler o comentário, a rever continuamente a sessão do significado raiz, de forma a perceber como as palavras em itálico formam um coerente significado fundamental. E finalmente, começando com o nível do sentido oculto (segundo) em diante, os significados esotéricos nas sessões de significados raízes são seguidos pelas frases correspondentes da Prece Vajra de Sete Linhas, que são colocadas em parênteses em itálico como tibetano fonético.


Ao longo do texto, os colchetes são algumas vezes utilizados para indicar palavras adicionadas de forma a tornar o significado mais inteligível. Finalmente, de forma a manter as notas de rodapé ao mínimo possível, os termos chave em tibetano foram colocados transliterados em parênteses.


Há diferenças de grafia em dois lugares no tibetano da Prece Vajra de Sete Linhas. Como última sílaba da linha 6, utilizei kyee (Kyis) seguindo o comentário de Mipham. Alguns textos utilizam kyi (Kyi). Para a terceira sílaba da sétima linha utilizei lab (brLab), como nos textos Longchen Nyingthig e na versão mais recitada, apesar de Mipham e alguns terem utilizado lob (rLobs).




História da Prece Vajra de Sete Linhas


Diz-se que estas linhas são orações de convite a Guru Rinpoche (Padmasambhava) para a assembléia3 das oferendas de festim realizadas pelas Dorje Khadromas (Sct. Vajra Dakinis).


Certa vez chegaram alguns professores hereges ao mosteiro de Nalanda, que, conhecedores de línguas e lógica, insultaram o Dharma. Os eruditos budistas não foram capazes de refutá-los. Então grande parte dos eruditos teve o mesmo sonho. Nele, Dakini Zhiwa Chog (Paz Suprema) profetizava como segue:


"Não sereis capazes de derrotar os hereges. Se não convidarem meu irmão mais velho, Dorje Thöthreng Tsal (Poder Guirlanda-de-Crânios Vajra, Guru Rinpoche), que vive no Cemitério Negro, a comparecer aqui, o Dharma será destruído."


"É muito difícil chegar lá , como poderemos convidá-lo?" perguntaram os eruditos.


A Khadroma disse: "Preparem uma grande oferenda no topo do mosteiro, com música e incenso, e em voz única recitem a Prece Vajra." E então ela lhes deu a Prece Vajra de Sete Linhas. Os eruditos a rezaram e imediatamente Guru Rinpoche veio miraculosamente pelo céu. Ele chefiou os eruditos budistas e derrotou os professores hereges por meio de referência a textos e racionalização. Quando foi ameaçado pelo poder mágico dos hereges, abriu a caixinha que a Dakini Face-de-Leão lhe deu e lá encontrou o mantra de "quatorze letras"4. Ao recitá-lo, eliminou os hereges malignos com uma tempestade de raios. Converteu os restantes ao Dharma. Diz-se que a prece originou-se neste incidente.


Mais tarde, quando Guru Rinpoche veio ao Tibete no século oito, ele concedeu-a ao rei e súditos. Pretendendo-a para discípulos futuros capazes de treinamento, escondeu-a em muitas Ters. Tempos depois, a Prece Vajra de Sete Linhas foi revelada nas Ters5 da maioria dos cem grande Tertons dos últimos dez séculos da linhagem Nyingma, repetidas vezes, como o coração das orações, ensinamentos e meditação.




O Significado Comum


Significado Raiz


HUM – Invoca a mente de Guru Rinpoche

1. No noroeste do país de Oddiyana
2. Nascido no pistilo de uma lótus:
3. Provido da mais maravilhosa realização;
4. Renomado como o Nascido-da-Lótus (Padmasambhava);
5. Cercado por um séquito de muitas Khadros
6. Seguindo-te pratico:
7. Por favor venha conceder bênçãos.


Mestre (GURU) Padmasambhava (PEMA), por favor [nos] conceda (HUM) realizações (SIDDHI).


Comentário


Introdução

Este é o nível de prática da Prece Vajra de Sete Linhas relacionado ao tipo de aparição de Guru Rinpoche neste mundo terreno como uma forma manifesta (Sct. Nirmanakaya).


Guru Rinpoche na verdade não é separado de Samantabhadra (Universalmente Excelente), que desde o princípio é totalmente liberto como o Dharmakaya (a vacuidade luminosa) auto-manifesto. Sem mover-se da esfera do Dharmakaya, ele é espontaneamente realizado no Sambhogakaya (o corpo de deleite nas formas puras), que tem cinco qualidades absolutas7. Ele é também a aparição auto-manifesta em diversas formações de Nirmanakaya (o corpo manifesto em formas impuras), o auto-reflexo da compaixão. Esta é a forma real através na qual Guru Rinpoche aparece e permanece. É a manifestação visual dos Budas, e somente eles podem perceber todos os aspectos dela.


Oito (ou doze) anos após o mahaparinirvana de Buda Sakyamuni, Guru Rinpoche apareceu neste mundo para os seres comuns com bom carma numa lótus no lago Dhanakosha em Oddyana. Ele seguiu varias disciplinas esotéricas e alcançou muitas realizações, tais como o corpo luminoso da grande transformação (‘Ja’ Lus ‘Pho Ba Ch’en Po). Ele serviu aos devotos da Índia, Oddyana e Tibete através de manifestações múltiplas, tais como as oito formas do Guru (Guru mTshan brGyad). Este nível de interpretação é como nós, discípulos comuns, oramos a Guru Rinpoche, um extraordinário objeto de devoção.


A Pronúncia da Sílaba Semente


A oração começa com a invocação da mente iluminada de Guru Rinpoche pela pronúncia da sílaba HUM, a auto-manifesta sílaba semente da mente de todos os Budas.


O Objeto da Oração


Linha 1. No oriente do continente de Jambu, ao noroeste de Oddyana, a terra das Khadros (Dakas e Dakinis) no lago Dhanakosha, preenchido com a água das oito qualidades puras,


Linha 2. No caule ornamentado pelo pistilo, folhas e pétalas de uma lótus, nasceu Guru Rinpoche.


Todas as qualidades e bênçãos dos três segredos (corpo, fala e mente) de todos os Budas vieram unidas na forma da sílaba HRIH, e dissolveram-se no coração de Buda Amitaba. De seu coração, uma luz de cinco cores espalhou-se e desceu ao pistilo da lótus. As cores transformaram-se na forma de Guru Rinpoche, e ele então nasceu no miraculoso modo do nascimento na lótus.


Linha 3. Ele realizou espontaneamente o benefício duplo (para si e para os outros) e exibiu formas maravilhosas, tais como as oito manifestações do Guru. Ele alcançou a realização extraordinária do estado do Vajradhara, não apenas realização comum.


Linha 4. Seu nome é renomado como o Nascido-do-Lótus (Padmasambhava).


Linha 5. Ele está cercado por séquitos de múltiplas Khadros (Dakas e Dakinis).


A Oração


Linha 6. Deve-se orar com os três tipos de fé8, pensando, "Ó protetor, seguir-te-ei, e portanto praticarei."


Linha 7. "De forma a proteger seres como eu mesmo, que estão afundados no oceano dos três sofrimentos. Ó tu, onisciente, compassivo e poderoso, vem por favor, pela bênção de seu corpo, fala e mente a este lugar. Vem com teu corpo, fala, e mente, como transmuta-se ferro em ouro."


O Mantra para Invocar Bênçãos


GURU significa mestre ou guia espiritual, um que é próspero de qualidades excelentes; a quem ninguém supera.

PADMA é a primeira parte do nome de Guru Rinpoche.

SIDDHI é o que queremos conquistar – as realizações comuns e incomum.

HUM significa a súplica pelo conferimento de siddhis (realizações).

Assim, Ó Guru Padma, conceda o siddhi.


Os Conteúdos da Oração

Os Objetos da Oração


Linha 1. O lugar do nascimento.


Linha 2. A maneira pela qual nasceu.


Linha 3. A grandeza de suas qualidades.


Linha 4. O nome de Guru Rinpoche em particular.


Linha 5. Séquitos.


A Oração


Linha 6. Orar com a aspiração de conquistar a inseparabilidade de Guru Rinpoche ou desenvolver confiança nele.


Linha 7. Conquista da inseparabilidade de Guru Rinpoche com o orador.


O Mantra para Invocar Bênçãos

GURU PADMA SIDDHI HUM



O Caminho para o Significado Oculto

O Caminho da Liberação


Significado Raiz


HUM – desperta a sabedoria auto-manifesta, a natureza do absoluto.


1. A Mente9 (ogyen yul) é a liberdade (tsam) [dos extremos] do samsara (nub) e nirvana (chang).


2. É a realização da união (dongpo) da esfera absoluta primordialmente pura (pema) e luminosa, a atenção vajra plena (kesar) e (la)


3. É a Grande Perfeição, o maravilhoso (yatsen). É a conquista (nye) do siddhi supremo (chogki ngödrub), o estado de Vajradhara.


4. Esta é a sabedoria da natureza do absoluto, renomada como (zhesu trag) a origem última (jugne) dos Budas (pema).


5. A sabedoria está munida de (kor) inúmeros poderes (mangpo) de manifestação, emanando (dro) da esfera do absoluto (kha) como atributos (khortu).


6. Com firmeza desenvolvo confiança (dag drub kyee) na natureza da sabedoria primal não-dual (khye kyi je su).


7. De forma a (chir) purificar todos os apegos às aparências na forma de sabedoria primordial (chinkyee lob), possa eu conquistar (shegsu sol) a natureza última.


A sabedoria primordial é vacuidade em sua essência (Dharmakaya) (GURU), tem a clareza por qualidade (Sambhogakaya) (PEMA), e é toda envolvente em compaixão [poder] (Nirmanakaya) (SIDDHI) com sabedoria quíntupla (HUM).


Comentário


A Pronúncia da Sílaba Semente.


A oração começa com a pronúncia da sílaba semente da mente, HUM, que desperta a sabedoria primordial auto-manifesta, a natureza real de samsara e nirvana.








O Objeto da Oração

Linha 1. O país de Oddiyana é uma fonte especial do tantra. Em termos do caminho real, nossa própria Mente é a fonte especial do tantra, portanto é isso que "Oddiyana" significa.


A Mente ou a natureza absoluta da mente é a liberdade de não afundar no samsara e não flutuar para o nirvana, já que ela não é nem permanecer nem tomar partido com relação aos dois extremos – samsara e nirvana.


Linha 2. Pema, a lótus, representa a esfera absoluta (Dharmadhatu), a natureza que está para ser conquistada. Não habita lugar algum e é pura desde o princípio, da mesma forma que uma lótus não é manchada por impureza alguma.


"Kesar", o pistilo, representa a atenção plena luminosa vajra (Rig Pa’i rDo rJe), que é o meio através do qual realiza-se esta natureza. A atenção plena brilhante por si só é a sabedoria primordial, floresce com clareza; portanto lembra o pistilo de uma lótus.


Como o caule (Dongpo) mantém o pistilo e as pétalas de uma lótus juntos, a auto-manifesta, grande e extática sabedoria primordial habita como a união da esfera do absoluto (dByings) e da sabedoria primordial (Ye Shes), e é a derradeira natureza da mente ou a luminosidade inata da mente.


Linha 3. A Mente é a Grande Perfeição (Dzogpa Chenpo) luminosa espontaneamente nascida, a sabedoria primordial da natureza absoluta, o significado da quarta iniciação, que é maravilhosa. Está presente espontaneamente como o fundamento da Mente de todos os Budas, a conquista do siddhi supremo, o estado de Vajradhara.


Linha 4. A Mente é a fundação de todos os Budas dos três tempos, que floresceram como flores de lótus, a natureza última; assim ela é renomada como a origem de Pema, os Budas. Este é o reconhecimento de Pema Junge como o Buda absoluto.


Linha 5. Nesta sabedoria primordial estão qualidades inconcebíveis de realização as quais, se divididas em suas variedades, incluem os cinco tipos de sabedoria primordial (Ye Shes lNga)10. Assim, no espaço desnudo da esfera do absoluto, diversos poderes manifestos da sabedoria da atenção plena primordial emanam incessantemente como seus atributos.


A Oração


Linha 6. Perceber a natureza da sabedoria primordial não-dual (Ye Shes) e aperfeiçoá-la através da contemplação com confiança imutável, que é a grande sabedoria (Shes Rab), é expresso como "Seguir-te-ei e praticarei."


Linha 7. Se temos experimentado e estamos assegurados desta natureza última (gNas Lugs) pela conquista da percepção (lTa Ba), e temos aperfeiçoado esta conquista através da meditação, transformaremos todos os apegos às aparências impuras na essência11 pura da sabedoria primordial (Ye Shes).


Ou, se não somos capazes de alcançar a sabedoria primordial de forma a receber as bênçãos do caminho em nossas próprias mentes, devemos então aspirar dessa forma: "Possa eu conquistar12 a natureza última (Ch’os Nyid) pela dissolução da dualidade objetivo-subjetivo nesta própria natureza, como ondas de água na água, através do poder das bênçãos das instruções do Lama e através do estudo e reflexão".


O Mantra para Invocar Bênçãos


A sabedoria primordial é a essência vazia (Ngo Bo sTong Pa), o Dharmakaya, e já que ela não é inferior a nenhuma característica concebível, é o supremo, o GURU.


A natureza da sabedoria primordial é luminosidade (Rang bZhin gSal Ba). É o Sambhogakaya espontaneamente realizado, com uma incessante manifestação de poder. Ainda assim não é separada da esfera derradeira. Assim é PADMA, a lótus, pois não é manchada pelas características relativas.


A inseparabilidade desta essência e natureza13 é a compaixão universal, que surge nas manifestações (Rol Pa) samsáricas, concedendo os desejos de todos os incontáveis seres. Ela é SIDDHI, a realização.


HUM significa a auto-manifesta sabedoria primordial, a sílaba semente da mente, possuidora das cinco sabedorias primordiais.






O Caminho dos Meios Hábeis (Thabs Lam)

de Acordo Com o Estágio da Conclusão


Significado Raiz


HUM – desperta a auto-manifesta sabedoria inata.


1. Ao centro (tsam) dos canais roma (nub) e kyangma (chang) do corpo vajra (ogyen yul),


2. Ao (la) chakra do coração (pema) na "essência" (Thig Le) (kesar), no uma, o canal central (dongpo)


3. Jaz (nye) a maravilhosa (yatsen), extática e imaculada mente da sabedoria primordial da essência luminosa imutável, a conquista do siddhi supremo (chogki ngodrub).


4. É renomada (zhesu trag) como o espontaneamente presente Padmasambhava absoluto (pema jugne).


5. Esta essência de sabedoria primordial têm (kor) muitos (magpo) tipos de energia (rLung) e essência (Thig Le), os quais estão manifestando-se na esfera da vacuidade (khadro) dos canais como ventos14 (khortu).


6. De acordo com a natureza de habilidade do corpo vajra (khye-kyi jesu), treinarei a sabedoria primordial (dag drub kyee) através dos estágios do aprendizado esotérico.


7. De forma a (chir) transformar tudo que existe na esfera do grande êxtase (chinkyee lab), possa eu atingir o grande êxtase do corpo vajra (shegsu sol).


A sabedoria primordial suprema (GURU) e o imaculado e auto-manifesto grande êxtase (PADMA) trazem a derradeira grande sabedoria primordial (SIDDHI), a Mente sagrada dos Budas (HUM).


Comentário


Introdução


Para aqueles que não são capazes de vivenciar a sabedoria primordial absoluta (Don Gyi Ye Shes) através dos treinamentos esclarecidos no caminho da liberação, ela pode ser atingida através dos mui extraordinários treinamentos do caminho dos meios hábeis.


A Pronúncia da Sílaba Semente


A sílaba HUM significa o despertar da auto-manifesta sabedoria primordial inata.


O Objeto da Oração


Linha 1. O país de Oddiyana representa o corpo vajra, a base extraordinária do tantra.


Neste corpo vajra, ao lado direito está o canal vermelho roma (Sct. rasana) no qual move-se a energia solar (Nyi Ma’i rLung), desgastando a essência (Tib. Thig Le, Sct. bindu). No lado esquerdo está o canal branco Kyangma (Sct. lalana) no qual move-se a energia lunar (Zla Ba’i rLung), incrementando, limpando, resfriando e pacificando a essência.


Entre estes canais, ao centro [onde a energia da sabedoria primordial flui]:


Linha 2. A lótus (pema) significa o Dharmachakra cardíaco de oito pétalas (sNying Ka Ch’os Kyi ‘Khor Lo), o pistilo (kesar) representa a essência (ou sêmen), o substrato vital dos cinco elementos. O caule (dongpo) representa a uma (Sct. avadhuti) ou canal central no qual flui a energia da sabedoria primordial (Ye Shes Kyi rLung)


Linha 3. Dentro deste ciclo de canal, energia e essência – a essência vital extraordinária (Dvangs Ma) do corpo vajra – e desde o princípio simultaneamente originando-se com eles, como cânfora e cheiro de cânfora, habita a essência luminosa (‘od gSal Ba’i Thig Le), que é o grande êxtase imaculado, a auto-manifesta sabedoria primordial.


Portanto é muito maravilhoso. Esta essência luminosa é a união inseparável de êxtase e vacuidade que transcende pensamentos e descrição, e é a conquista espontânea do siddhi supremo, Vajradhara.


Linha 4. A sabedoria primordial de atingir aquela essência luminosa é renomada como o absoluto, auto-manifesto Pema Jugne (Padmasambhava).


Linha 5. Aquela essência luminosa da sabedoria primordial, Padmasambhava, está com muitas essências e energias (rLung). Estas são seu poder de demonstrar (rTsal) a grande essência da própria sabedoria primordial. Elas estão manifestando-se no espaço dos tubos ocos do canal central e canais menores como seus ventos. Se aplicamos o treinamento em meios hábeis, o ciclo do corpo vajra surge como a sabedoria primordial grandiosamente extática da essência luminosa.


A Oração


Linha 6. "Seguir-te-ei e praticarei" significa, em primeiro lugar, que há treinamento na compreensão e conquista da natureza do corpo vajra; e em segundo lugar, a sabedoria primordial do grande êxtase através dos treinamentos profundos com características (mTshan bChas Kyi rNal ‘Byor) do estagio da conclusão (rDzogs Rim), os quais incluem a prática da ioga do calor (gTum Mo), os treinamentos com apoio de consortes vajra internas ou externas. Estes treinamentos trarão o resultado de permitir a entrada das energias e mente cármicas no canal central, e a realização do estado de corpo ilusório, absorção luminosa e ioga dos sonhos, pela força dos exercícios físicos, da disciplina de energias e da concentração mental nas essências sutis (Phra Mo’i Thig Le).


Linha 7. Através do treinamento dos meios hábeis, transformamos todas as coisas existentes na conquista da natureza do grande êxtase imaculado do corpo vajra, e então as transformamos em mandalas do corpo, fala e mente dos Budas. De forma a alcançar o grande êxtase do corpo vajra, todas as inclinações habituais da energia cármica mutável – a causa das aparições samsáricas, devidas a mente profanada por pensamentos com características – dissolvem-se no canal central de sabedoria primordial imutável, e desta forma somos atados a grande essência imutável, a derradeira esfera real do fundamento. Assim, Venha ao (conquiste o) Dharmakaya, a derradeira esfera do fundamento.


O Mantra para Invocar Bênçãos


A sabedoria primordial do caminho, que é alcançada através do caminho extraordinário do treinamento, é suprema; daí GURU (mestre).


Todas as impurezas, tais como as cinco aflições emocionais, surgem como apoios ao grande êxtase imaculado e a auto-liberação; daí PADMA (lótus)


Como resultado final, a grande sabedoria primordial será alcançada rapidamente; daí SIDDHI (conquista, realização).


Maravilhada com a aparição da sabedoria primordial através do treinamento no caminho dos meios hábeis vem a sílaba semente das Mentes dos Budas – HUM.






De Acordo com a Nyingthig do Dzogpa Chenpo:

A Percepção Direta da Presença Espontânea


Significado Raiz


HUM – Invoca a auto-manifesta sabedoria que traz a percepção da face da sabedoria primordial derradeira.


1. A luz do coração (ogyen yul) e sua (kyi) esfera interna derradeira (nub), esfera externa derradeira (chang), a luz aquosa dos olhos (tsam), e


2. A luz da esfera mais pura e a luz da vacuidade thig-le (pema) com o contínuo vajra – o poder da pura atenção plena – (kesar) estão presentes. Sobre (la) a pura atenção plena firmemente aí estabilizada através da contemplação (dongpo),


3. Conquistamos (nye) as maravilhosas (yatsen) três primeiras visões (sNang Ba) e alcançamos o siddhi supremo (chogki’ ngödrub), a quarta visão.


4. Esta conquista é renomada (zhesu trag) como a conquista da natureza de Buda primordial (pema jugne).


5. Então a luz da auto-manifesta sabedoria emana (kor) muitos (mangpo) raios e thig-les como seu poder de manifestação (rTsal) (khortu) movendo-se através do espaço (khadro).


6. Contemplo (dag drub kyee) a visão natural da pureza original (khye kyi jesu).


7. De forma a (chir) atingir o corpo vajra de arco-íris da grande transformação (shegsu sol), possa eu purificar todos os fenômenos na imensidão da sabedoria primordial (chinkyee lab).


Esta suprema (GURU), imaculada (PADMA), e derradeira realização (SIDDHI) é fantástica (HUM).


Comentário


Introdução


A auto-manifesta sabedoria primordial natural jaz fundamentalmente como a natureza última (Ch’os Nyid) da mente. Porém, por causa do impacto do carma e das aflições emocionais, a natureza última foi coberta e sua face (Rang Zhal) não é vista.


O Objeto da Oração


HUM significa a essência do thögal espontaneamente realizado, a sabedoria primordial auto-manifesta. Thögal traz a visão da verdadeira face da auto-manifesta sabedoria primordial do estado de absorção luminosa espontaneamente realizada, mesmo para nós, pessoas comuns, que seguimos as instruções deste yana supremo.


Linha 1. Orgyen yul representa a luz do coração (Tsita Sha Yi sGron Ma). O corpo jovem em um vaso (gZhon Nu Bum sKu), o thig-le radiante da sabedoria primordial, habita invisível (Nub) no espaço do corpo vajra, a derradeira esfera interna (Nang Gi dByings).


Chang é a derradeira esfera externa, o espaço claramente aparente, o céu sem nuvens. Tsham, o canal das duas esferas internas e externas, é a luz aquosa dos olhos (rGyang Zhag Ch’u Yi sGron Ma).


Linha 2. Através da luz aquosa dos olhos, na derradeira esfera externa, aparece o céu puro – azul, límpido, com redes de raios de arco-íris embelezados pelo thig-le circular, como espelhos. São todos a luz da derradeira esfera pura (dByings rNam Dag Gi sGron Ma)


Então, através do acúmulo de experiência nisto, a luz da vacuidade thig-le (Thig Le sTong Pa’i sGron Ma) em vermelho – transparente, circular e límpida – surgirá como desenhos na água feitos ao atirar-se uma pedra num pequeno lago. Estas duas luzes (sGron Ma) funcionam como o chão, uma caixa ou uma casa. Elas são ambas representadas por pema (lótus).


Kesar (pistilo) representa a corrente vajra (rDorJe Lu Gu rGyud), que é o poder da atenção plena (Rig gDangs). É a essência da luz da sabedoria auto-manifesta (Shes Rab Rang Byung Gi sGron Ma) e a auto-radiância da atenção plena real, a sabedoria primordial.


Dongpo (caule) representa estabilidade da esfera derradeira (dByngs) e a atenção plena (Rig Pa) pelo confinamento do poder da atenção plena (Rig gDangs) no reino da esfera derradeira e concentrando o ponto (gNad gZhi Ba) através do modo natural livre de pensamentos da atenção plena (Rig Pa Rang Bab rTog Med). Através da experiência nestes (la) meios hábeis,


Linha 3. Conquistaremos as quatro confianças gradualmente e alcançaremos as visões maravilhosas da percepção direta da natureza última (Ch’os Nyid mNgon gSum), o desenvolvimento de experiências (Nyams Gong ‘Phel) e perfeição na atenção plena (Rig Pa Tshad Phebs). Depois disso, alcançaremos o estado de dissolução (de todos os dharmas na) natureza última (Ch’os Nyid Zad Pa) – a conquista suprema, o estado de Vajradhara – nesta própria vida.


Linha 4. Então seremos inseparáveis da Mente de Pema Jungne, que é o Buda primordial (Samantabhadra). Assim, "Renomado como Pema Jungne".


Linha 5. Apesar de não mover-se do estado de equanimidade da luz da sabedoria auto-manifesta, surgirão emanações evidentes de poder (rTsal) desta sabedoria auto-manifesta, na forma de muitos claros e móveis raios de arco-íris, thig-les, e pequenos thig-les no espaço.


Linha 6. Neste momento todos estes desenvolvimentos são o mero poder da atenção plena. Assim, contemplamos a absorção luminosa das quatro contemplações naturais (Chog bZhag bZhi) na imutável visão natural da pureza original (Ka Dag).


Linha 7. Por práticas como estas, possa eu purificar todos os fenômenos produzidos pela energia cármica às custas da sabedoria primordial para atingir o corpo vajra de arco-íris da grande transformação (‘Ja’ Lus ‘Pho Ba Ch’en Po).








O Mantra para Invocar Bênçãos


O caminho da essência mais interna da absorção luminosa é o treinamento extraordinário, pois ele medita sobre o resultado, a natureza de Buda em si, como o caminho de treinamento. Portanto, é supremo (GURU), imaculado (PADMA), e a realização suprema nesta mesma vida (SIDDHI). Fantástico (HUM)!




A Conquista do Resultado


Significado Raiz


HUM – invoca a sabedoria primordial.


1. A instrução esotérica desperta nossa própria linhagem tântrica (ogyen yul) da Mente que (kyi) transcende a condição (tsam) de se estar afundando (nub) no samsara, e dele liberta-nos (chang) através da


2. Conquista da fala (pema), mente (kesar), e corpo (dongpo) dos Budas, e (la)


3. [A sabedoria primordial da conquista] é maravilhosa (yatsen). Esta é a conquista (nye) da realização suprema (chogki nögdrub), o estado de Vajradhara,


4. que é renomado (zhesu trag) como o auto-manifesto Padmasambhava (pema jungne) absoluto.


5. Esta sabedoria tem (kor) infinita (mangpo) manifestação, ilimitada como o espaço (kha), e que age (dro) como seu poder (khortu).


6. Permaneço (dagdrub kyee) no estado realizado (jesu) da natureza sem esforços, a pureza primordial (khyekyi).


7. De forma que (chir) os fenômenos existentes surjam como a mandala dos quatro vajras (chinkyee lab), possa eu atingir (shegsu sol) a mandala do fundamento primordial.


Esta é a conquista (HUM) do caminho e da sabedoria, que é a suprema (GURU) e imaculada (PADMA) derradeira realização (SIDDHI).


Comentário


Introdução


HUM – a sabedoria primordial sagrada.


O Objeto da Oração


Linha 1. O país de Oddyana (ogyen yul) é uma fonte de tantras, e a definição da palavra Oddiyana é "ir voando". No tantra, o acordar da linhagem tântrica (sNgags Kyi Rigs Sad Pa) de nossa própria mente e a conquista da liberação do pântano das aparições dualísticas (gNyis sNang) do samsara são muito rápidos, é como voar. Pelo despertar da mente, transcendemos a conjuntura (Tsam) do samsara e do nirvana liberando-a (chang) de afundar (nub) no lodo do samsara, purificando-a de todas as máculas, e dissolvendo as aparências na derradeira esfera.


Linha 2. A conquista de todos os sons como a mandala da fala (Pema), a perfeição de todos os pensamentos como a mandala da mente (kesar), e a maturação da todas as aparências como a mandala do corpo (dongpo) – os três aspectos secretos (gSang Ba gSum) da natureza de Buda – e (la)


Linha 3. A sabedoria primordial dessa conquista, que é unidade e equanimidade, são maravilhosas (yatsen). Quando assim realizamos, atingimos a indivisibilidade do fundamento e do resultado, a conquista suprema (chogki ngödrub), o estado de Vajradhara.


Linha 4. Esta [conquista] é renomada (zhesu trag) como o Padmasambhava (pema jugne) absoluto,


Linha 5. E sua natureza é tal que não perde-se do solo primordial. Ainda assim, da sabedoria primordial, surgem (kor) infinitas (mangpo) ações (dro) de manifestações do samsara e do nirvana, tão ilimitadas quanto o céu (kha), aparecendo como seu poder (khor).


A Oração


Linha 6. Se, tendo percebido o significado da natureza e a realidade desta conquista, permanecemos aí, sem distrair-nos, assim, da mesma forma que nenhuma pedra será achada em uma ilha toda feita de ouro, todas as aparências impuras chegarão a um fim, e somente surgirão aparências primordialmente puras. Atingiremos liberação de todas as amarras do carma e das aflições emocionais. Todas as qualidades boas serão conquistadas espontaneamente e sem esforço, e atingiremos o estágio do Dharmakaya definitivamente. Assim é permanecer (daddrub kyee) no estado realizado (jesu) da pureza primordial (khyekyi).


Linha 7. Toda a existência fenomênica surge na forma da mandala de quatro vajras15 (chinkyee lab chir), as bênçãos da sabedoria primordial de nossa própria mente. Esta realização surge como resultado da conquista (shegsu sol) do fundamento primordial, a verdade última.


O Mantra para Invocar Bênçãos


Esta é a realização (HUM) do caminho e sabedoria, que é a suprema (GURU) e imaculada (PADMA) derradeira conquista (SIDDHI).





Conclusão das Práticas


A princípio, a prática da Prece Vajra de Sete Linhas como Ioga do Guru, de acordo com o significado comum, fará surgir profunda sabedoria primordial. Através do aprendizado com um Lama qualificado dos pontos cruciais dos caminhos da liberação, meios hábeis, ou grande perfeição e praticando-os diligentemente, alcançaremos confiança na realização, o resultado em si como exposto nos ensinamentos, e alcançaremos o estado de Vidyadhara (guardião do conhecimento).


Com fé inabalável, visualizamos Guru Rinpoche, a corporificação de todos os refúgios, em nossa cabeça. Rezamos intensamente a Prece Vajra de Sete Linhas a ele. Através do néctar que escorre do corpo do Guru, toda doença, carma ruim, e sofrimentos de corpo, fala e mente são limpos na forma de pus, sangue, insetos, fuligem e restos. Ao final, nosso corpo se dissolve, como sal posto na água, e o líquido desce para a boca de Yamaraja, o Senhor da Morte, e outros credores cármicos abaixo do solo. Acreditamos satisfazer todos eles e eliminamos todos os débitos. Ao final, devemos considerá-los todos como tendo desaparecido na vacuidade.


Então visualizamos nosso próprio corpo na forma do corpo radiante de uma divindade em qualquer forma que apreciemos. No coração da divindade, ao centro da lótus de oito pétalas, o Lama desce do alto de sua cabeça e unifica-se com a essência indestrutível (bindu), a sabedoria primordial. Então devemos permanecer nesta extática sabedoria primordial.


O período pós-meditativo deve ser tratado como segue: todas as aparências vistas como uma terra pura e como deidades, comida e bebida como oferendas, e as atividades de sentar e caminhar como prostração e circumbulação. Ao dormir devemos visualizar o Guru em nosso coração. Em todas as atividades diárias devemos tentar transformar tudo em praticas virtuosas, sem intervalos. É importante visualizar o Lama no céu a frente e apresentar oferendas, oferecer louvores, invocar sua mente e receber as bênçãos de seu corpo, fala e mente. Isto porque geralmente as boas qualidades dos reinos mais elevados de liberação, e especialmente o desenvolvimento da realização do caminho profundo, dependem somente da entrada das bênçãos do Guru em nossas mentes.


De forma a atingir a sabedoria primordial absoluta em nossa própria mente, devemos nos familiarizar com os ensinamentos dados nos sutras e tantras em geral, e em particular com a instrução da apresentação direta (Ngo ‘Phrod) à sabedoria primordial absoluta (Don Gye Ye Shes). E, de acordo com nossa própria experiência, realização e habilidade, devemos meditar em quaisquer dos caminhos de liberação ou meios hábeis que nos é apropriado. Ao fazer isto, alcançaremos a realização tanto dos resultados temporários quanto do definitivo.


Muitos agradecimentos a Harold Talbott por conectar-me a Tulku Thondup; a Tulku Thondup por sua clareza e gentileza e permitir que este comentário extraordinário fosse colocado na Quiet Mountain; e a Jonatham Green da Shambhala Publications pela permissão da retirada deste comentário do livro "Enlightened Journey", de Tulku Thondup. Esta página é dedicada ao benefício de todos os seres e a longa, longa vida de nossos gentis gurus raízes. Possam os Protetores Gloriosos continuamente acompanhar-nos na realização de Guru Rinpoche! – dongag tenzin






1. Retirado de "Enlightened Journey" deTulku Thondup, © 1995. Versão em inglês utilizada através de acordo com Shambhala Publications, Inc. Publicado por Buddhayana, Primeira Edição, 1979; segunda edição, 1989. Traduzido para o português por Pema Dorje em fevereiro de 1999.

2. Ou "perfeição". (N. do T.)

3. A assembléia (Tshog’ Khor) é formada por Rigdzins (Sct. Vidyadharas), Siddhas, Pawos (Sct. Dakas, Heróis), Khadromas (Sct. Dakinis).

4. AH KA SA MA RA TSA SHA TA RA SA MA RA YA PHAT.

5. Tesouros de mente ou terra.

6. Sábios e deidades: mKha' 'Gro (Sct. Dakini, do sexo feminino) e dPa' Bo (Sct. Daka, do sexo masculino).

7. As certezas absolutas de lugar, professor, discipulo, ensinamento e tempo.

8. Dang Ba'i Dad Pa: fé que limpa a mente. 'Dod Pa'i Dad Pa: fé que inspira o devoto a conquistar a mesma realização que o objeto de sua fé. Yid Ch'es Kyi Dad Pa: fé que produz total confiança no objeto da fé.

9. Sems Nyid: a natureza do absoluto e a natureza básica da mente, da qual Sems (mente) é o modo iludido. Neste texto, Mente com inicial maíuscula refere-se a Sems Nyid.

10. Sabedoria primordial da esfera do absoluto, sabedoria primordial semelhante a um espelho, sabedoria primordial da equanimidade, sabedoria primordial da discriminação e sabedoria primordial que tudo realiza.

11. Ngo Bo é aqui traduzido como "essência". Geralmente Ngo Bo, Thig Le de luz, e Thig Le (sêmen) do corpo físico poderiam ser todos traduzidos como "essência", e se torna confuso. Portanto neste texto estou traduzindo o Ngo Bo como "essência", Thig Le do corpo físico no estágio da conclusão como "essência", e Thig Le da luz de Thögal como "thig-le".

12. "Possa eu conquistar" é o significado de "Por favor venha" na oração. No texto de Mipham Rinpoche há uma citação do Pramanavarttika onde Shegs ("vir") tem o significado de "conquistar", "realizar", (rTogs).

13. A inseparabilidade de Ngo Bo e Rang bZhin, sTong Pa e gSal Ba, Ch’os sKu e Longs sKu, Guru e Padma.

14. "Animation" no original. Outras traduções possíveis seriam "energias", "vigores", "animações". (N. do T.)

15. Corpo vajra, fala vajra, mente vajra e sabedoria primordial vajra dos Budas.